Começou!!!
Todo o ano é a mesma coisa... ao menor sinal de cores vermelhas nas vitrines ou de velhinhos gorduchos na televisão, sinto um frio tremendo na espinha e ingresso no (não muito falado!!) stress natalino.
Gosto muito de Natal... do aspecto religioso que celebra o nascimento de Jesus Cristo (a propósito: se ele nasceu em 25 de dezembro e contamos o ano a partir da data de seu nascimento, Reveillon e Natal não seriam no mesmo dia?!) e, também, do aspecto social que visa reunir pessoas, famílias, amigos e colegas para uma confraternização. Penso que deveria ser uma época de celebração, de curtição de troca de afeto... mas não é isso que tenho visto e sentido nos últimos anos.
Não podemos colocar a culpa toda no comércio, até porque não acho que sejamos tão tolos ao ponto de sermos 100% influenciáveis... mas o fato é que a maioria das pessoas atravessa este período como se estivesse ligado num piloto automático e consumido (para piorar!) doses cavalares de anfetamina. Todo mundo corre, e muito, só não consigo entender para onde... possivelmente estão correndo atrás do próprio rabo... gastando energia, fingindo fazer algum movimento, mas não saindo do lugar...
Vejo gente deprimida, vejo famílias que se desgostam, mas que se obrigam a fazer o tradicional amigo secreto, vejo casais brigarem para decidirem em que família se passa o Natal e em que família se passa o Reveillon, vejo gente entrar no cheque especial para comprar presentes (por que temos que dar tantos presentes, né? como se não existisse outra época do ano para valorizarmos cada pessoa especial da nossa vida ou como se não pudéssemos demonstar com atitudes, gentilezas e afeto o carinho que temos pelos outros), vejo gente beber demais, vejo gente comer demais e vejo gente se matar nas estradas... honestamente, pensando rapidamente, estamos comemorando o quê, mesmo?!
Estas festas simbolizam um momento importante do meu ano: a hora do balancete! Verifico não somente o saldo da minha conta corrente, como, principalmente, o saldo afetivo do meu ano.
Procuro calcular os meus investimentos nas pessoas, procuro quantificar o quanto depositei de amor, esperança e credibilidade em tudo o que me cerca e tento verificar se há lucro, se o saldo é positivo.
Certamente é uma época de grandes surpresas... decepciono-me ao perceber meus maus investimentos; decepciono-me ao compreender que certas pessoas só me trouxeram prejuízo, decepciono-me ao me dar conta de que sigo falhando em permitir certos comportamentos abusivos daqueles que me cercam... pois, no fundo, isto me empobrece afetivamente...
Em contrapartida, verificando aquilo que possivelmente seja lucro, evidencio que, novamente, errei!! Investimentos que provavelmente não me renderiam ou, ainda, investimentos que sequer chegaram a ser feitos, podem dar retorno, sim!! É tão emocionante perceber que fomos alvo de investimento de pessoas que jamais poderíamos imaginar... é bacana nos vermos valorizados e acreditados por pessoas para as quais nem fizemos esforços ou movimentos importantes... é incrível, apesar dos prejuízos, sabermos que teremos lucro e que poderemos ser o lucro de alguém!!
Com ou sem Papai Noel, meu final de ano é assim: DIDÁTICO!! Olho para os erros (que nunca são poucos), olho para os acertos (que têm sido cada vez maiores!!) e prometo que no próximo ano tentarei, pelo menos, incorrer em erros diferentes e permitir-me aprender com o sofrimento e as amarguras vividas nos anos anteriores!
Que venha 2010, trazendo-nos uma nova planilha de cálculos!!
Que venha o novo ano, trazendo-nos novas possibilidades de investimento!!
Que possamos encontrar bons investimentos e que possamos nos tornar pessoas altamente atrativas para o investimento alheio!!
FELIZ FINAL DE ANO!!
Carla