4 de dez. de 2009

Roupinha natalina para o Blog


Pobre filho abandonado!!!
Depois de dias e mais dias sem nutrí-lo com as minhas inquietações, volto ao Almanaque cheia de amor para dar... apesar do pouco tempo que me sobra!!
O Blog ganhou roupa de Natal e, de brinde, uma homenagem às Rockettes, do Christmas Spectacular, no Radio City Music Hall.

Merry Xmas!!!

6 de nov. de 2009

Stress Natalino


Começou!!!

Todo o ano é a mesma coisa... ao menor sinal de cores vermelhas nas vitrines ou de velhinhos gorduchos na televisão, sinto um frio tremendo na espinha e ingresso no (não muito falado!!) stress natalino.

Gosto muito de Natal... do aspecto religioso que celebra o nascimento de Jesus Cristo (a propósito: se ele nasceu em 25 de dezembro e contamos o ano a partir da data de seu nascimento, Reveillon e Natal não seriam no mesmo dia?!) e, também, do aspecto social que visa reunir pessoas, famílias, amigos e colegas para uma confraternização. Penso que deveria ser uma época de celebração, de curtição de troca de afeto... mas não é isso que tenho visto e sentido nos últimos anos.

Não podemos colocar a culpa toda no comércio, até porque não acho que sejamos tão tolos ao ponto de sermos 100% influenciáveis... mas o fato é que a maioria das pessoas atravessa este período como se estivesse ligado num piloto automático e consumido (para piorar!) doses cavalares de anfetamina. Todo mundo corre, e muito, só não consigo entender para onde... possivelmente estão correndo atrás do próprio rabo... gastando energia, fingindo fazer algum movimento, mas não saindo do lugar...

Vejo gente deprimida, vejo famílias que se desgostam, mas que se obrigam a fazer o tradicional amigo secreto, vejo casais brigarem para decidirem em que família se passa o Natal e em que família se passa o Reveillon, vejo gente entrar no cheque especial para comprar presentes (por que temos que dar tantos presentes, ? como se não existisse outra época do ano para valorizarmos cada pessoa especial da nossa vida ou como se não pudéssemos demonstar com atitudes, gentilezas e afeto o carinho que temos pelos outros), vejo gente beber demais, vejo gente comer demais e vejo gente se matar nas estradas... honestamente, pensando rapidamente, estamos comemorando o quê, mesmo?!

Estas festas simbolizam um momento importante do meu ano: a hora do balancete! Verifico não somente o saldo da minha conta corrente, como, principalmente, o saldo afetivo do meu ano.

Procuro calcular os meus investimentos nas pessoas, procuro quantificar o quanto depositei de amor, esperança e credibilidade em tudo o que me cerca e tento verificar se há lucro, se o saldo é positivo.

Certamente é uma época de grandes surpresas... decepciono-me ao perceber meus maus investimentos; decepciono-me ao compreender que certas pessoas só me trouxeram prejuízo, decepciono-me ao me dar conta de que sigo falhando em permitir certos comportamentos abusivos daqueles que me cercam... pois, no fundo, isto me empobrece afetivamente...

Em contrapartida, verificando aquilo que possivelmente seja lucro, evidencio que, novamente, errei!! Investimentos que provavelmente não me renderiam ou, ainda, investimentos que sequer chegaram a ser feitos, podem dar retorno, sim!! É tão emocionante perceber que fomos alvo de investimento de pessoas que jamais poderíamos imaginar... é bacana nos vermos valorizados e acreditados por pessoas para as quais nem fizemos esforços ou movimentos importantes... é incrível, apesar dos prejuízos, sabermos que teremos lucro e que poderemos ser o lucro de alguém!!

Com ou sem Papai Noel, meu final de ano é assim: DIDÁTICO!! Olho para os erros (que nunca são poucos), olho para os acertos (que têm sido cada vez maiores!!) e prometo que no próximo ano tentarei, pelo menos, incorrer em erros diferentes e permitir-me aprender com o sofrimento e as amarguras vividas nos anos anteriores!

Que venha 2010, trazendo-nos uma nova planilha de cálculos!!

Que venha o novo ano, trazendo-nos novas possibilidades de investimento!!

Que possamos encontrar bons investimentos e que possamos nos tornar pessoas altamente atrativas para o investimento alheio!!

FELIZ FINAL DE ANO!!

Carla

15 de set. de 2009

Mais uma sobre relacionamentos...


"Que seja infinito enquanto dure..." disse Vinícius e digo eu!!!

Tudo neste mundo tem prazo de validade. Salsicha, verduras, revisão do carro, pintura do cabelo e... (lógico!!) os relacionamentos.

Por que as pessoas validam os relacionamentos pelo tempo que duram? Quem disse que este é o parâmetro mais adequado para avaliarmos a qualidade de uma relação? Quanto mais, melhor?! Para mim não faz sentido algum...

Quando duas pessoas se escolhem e decidem ficar juntas, estão buscando no outro uma complementação para a sua existência. De modo geral as pessoas ficam juntas porque têm afinidades e/ou porque se complementam (independentemente do relacionamento ser sadio ou disfuncional). O contrato "secreto" dos casais é mais ou menos assim: Você precisa prometer que me dará o que eu preciso.

Até aí, ok, pois não é tão difícil perceber as necessidades das pessoas: Ela precisa de muito carinho pois seu cachorro morreu recentemente; Ele precisa de apoio pois está terminando o mestrado; Ela precisa de um parceiro que goste de almoçar aos domingos com a sua família; Ele precisa de uma esposa que o acompanhe nas viagens de negócios; Ela precisa de alguém que queira ter filhos; Ele precisa de alguém que tope morar no exterior...

Mas tem um "porém": não somos os mesmos de ontem e, possívelmente, já não seremos os mesmos de hoje quando o próximo dia raiar... constantemente modificamo-nos. Os mestrados (com a graça do bom Deus!!) acabam, compramos novos bichinhos de estimação, voltamos do exterior, desistimos dos almoços de domigo, postergamos o nascimento dos filhos... e descobrimos novas necessidades que se colocam no lugar das antigas. Problemão!! Quem garante que nossos parceiros podem ou querem se adaptar às novas necessidades que apresentamos?!

Alguns casais facilmente adaptam-se às mudanças do ciclo de vida individual e/ou conjugal. Outros casais entram em crises feias, mas conseguem reorganizar-se para as novas etapas e para os novos desafios. Há casais que simplesmente não conseguem administrar mudanças, muitas vezes pelo fato de terem "perdido a liga": o contrato mudou... a demanda mudou... e eles simplesmente já não se completam mais ou, ainda, podem ter deixado de querer as mesmas coisas. É triste, é difícil, mas é compreensível.

Diversas pessoas conseguem renovar seus contratos conjugais até o fim de suas vidas. Outras, decidem rescindí-lo e passam a buscar novos parceiros que possam atender às suas novas necessidades. Não podemos julgar ou comparar estes dois tipos de relacionamento... podemos, sim, questionar se as pessoas estão atentas às cláusulas e às necessidades de si próprias e do outro.

Longos, curtos ou infinitos... os casais não podem perder a poesia!

11 de set. de 2009

Quanto custa o seu amor?


Não acredito em altruísmo!!!

Sou otimista, acredito na bondade, na generosidade e no amor ao próximo... mas tudo tem um preço e, como muito me repetiu meu (excessivamente sensato) pai, "não existe almoço grátis".

Todas as coisas têm um preço (ou um custo, para ser mais exata). O valor pode ser concreto, em cifras, ou pode implicar em uma quantia subjetiva, e é examanete aí que mora o perigo... não há etiqueta ou código de barras que possam nos avisar que estamos nos responsabilizando pelo pagamento de tal valor. Deste modo, muitas vezes "contraímos dívidas" emocionais sem termos ideia da responsabilidade e do custo final do produto.

O fato de "agregarmos" um custo às nossas atitudes não as desvaloriza... ajudar os amigos, ser generoso, fazer bem aos demais e preocupar-se com o bem estar alheio são atitudes louváveis e válidas... o grande problema está em não entendermos que, quando genuinamente oferecemos o nosso ombro amigo, automaticamente estamos esperando que algo nos seja dado em troca... como um super Master Card que emite a fatura no instante da compra, notificando que, um segundo depois, já existe uma dívida.

Que a nossa iluminada Madre Tereza de Calcutá me perdoe (espiritualmente, claro!), mas não há ação sem expectativa da reação... mesmo que terceirizemos a ação do outro e esperemos, post mortem, aquele terreninho singelo, no céu, com vista para as nuvens. O que quero dizer é que já se tornou bíblica a questão de esperarmos uma retribuição... como era mesmo aquilo que ouvíamos das freiras na escola? Parece-me que diziam que se nos compotássemos bem e fôssemos bacanas com os amiguinhos ficaríamos com créditos no paraíso?!

Voltando a minha preocupação pessoal, até hoje não sei quanto cobro pelas minhas atitudes... e isto preocupa-me demais. Volta-e-meia decepciono-me ao esperar das pessoas queridas um retorno pelas minhas ações. Ainda não sou tão maluca ou psicopata, portanto, não espero banda marchando ou fogos-de-artifício... na verdade, nem sei exatamente o que espero... pode ser que eu espere dos outros as mesmas atitudes que eu teria; e isto é de uma injustiça tão grande que beira a crueldade. Mea culpa, mea culpa!!!

Fala sério!!!

Em primeiro lugar, quem disse que as minhas atitudes são as mais legais ou louváveis?
Em segundo lugar, quem disse que as pessoas têm para me dar exatamente aquilo de que eu preciso?
Em terceiro lugar, se as pessoas tiverem aquilo de que preciso para me dar, será que elas sabem que, naquele exato momento, estou precisando? Como poderiam saber?! Eu comuniquei as minhas necessidades ou enviei sinais telepáticos criptografados que, infelizmente, não estão podendo ser decodificados?!

Relacionamento interpessoal é coisa complexa e delicada e, quanto mais os compreendemos, menos os entendemos... loucura, né?! Mas precisamos ser honestos, precisamos jogar limpo (inclusive, e principalmente, conosco) e precisamos deixar de exigir de nós mesmos e dos outros um comportamento sobre-humano...

Vamos colocar preços nas etiquetas, vamos começar a dizer abertamente o que esperamos dos outros e, vez ou outra, quem sabe podemos fazer uma liquidação?!

(Carla B.)

31 de ago. de 2009

Casamento


Há terapeutas de casais, como eu, que são chamados às pressas para apagarem os incêndios alheios e verificarem se sobraram apenas cinzas, ou se o relacionamento é do tipo Phoenix e está prestes a se reinventar...

Há cerimonialistas que auxiliam os casais e os conduzem ao altar balizados por protocolos e pétalas de rosas...

Há uma flor, que não é rosa, mas Margarida... que consegue aliar a ritualização do matrimônio ou da conjugalidade (coisa super subjetiva e complexa!!!) à beleza dos detalhes e à maestria da afinação dos sons e das partes.

Esta flor de ser humano talvez não consiga mensurar a sua importância na vida das pessoas ou, talvez, use como medida a forma como as pessoas a solicitam... e, justamente baseando-se nisto, possa ter-se imaginado não muito útil em minha vida.

Talvez pela minha germânica criação, aprendi a tentar não depender das pessoas. Foi-me ensinado a extrair o máximo de aprendizado de cada um que se colocava próximo a mim, para, depois, mostrá-los o quanto foram eficientes como mestres, ao compartilharem comigo seus saberes ou, simplesmente, suas existências.

Preciso da Margarida sem "precisar" dela. Suas atitudes são pedagógicas e seus atos tranformam-se facilmente em aulas de etiqueta ou de política. É sábia e humilde; é firme e afetuosa... é uma flor!

Margarida tenta oferecer a seus casais CASAMENTOS. Não cerimônias!! Ou também cerimônias... mas, mais do que isto, tenta oferecer questionamentos, vivências e bagagem.

O ritual de organização de um casamento, quando realmente feito pelo casal, é uma metáfora da vida "lá fora". Decide-se, Discorda-se, Questiona-se, Flexibiliza-se, Briga-se, Argumenta-se, Comemora-se... e, depois de tudo isto, para os merecedores sobreviventes deste intrigante processo, recebe-se uma bênção. Uma bênção delicada e sutil vinda de uma experiente mulher que, através de seu olhar, ilumina o caminho desconhecido dos jovens casais!

Um brinde!

(Carla Broecker)

27 de ago. de 2009

NESCAFÉ: NÃO DEIXE A VIDA ESFRIAR


*Conto escrito para o concurso Nescafé

**Autoria: Carla Zart Broecker

Era um final de tarde comum na casa dos Souza. Jorge, funcionário público de meia-idade, retornava depois de um entediante expediente em meio a papéis e números. Selma, sua esposa, professora aposentada, aguardava-o enquanto passava o restante das roupas empilhadas sobre a máquina de lavar.

A casa parecia vazia, após a saída dos dois filhos para uma temporada de estudos no exterior. Havia mais de ano que a vida do casal enfrentava a mesma rotina; Selma dedicava-se às tarefas domésticas e gastava as horas de seu dia envolvendo-se com os afazeres do lar, aguardando o tão esperado retorno de seu marido. Jorge, por sua vez, entediado por conta de seus 28 anos como servidor público no mesmo setor, contava as horas para a aposentadoria e não conseguia pensar em outra coisa. Seus planos de vida estavam todos congelados, aguardando o tão esperado momento de libertação.A vida estava monótona e passava lentamente, até que a fatídica situação aconteceu.

Quinta-feira, 10 de setembro, fim de tarde chuvoso. Jorge chegou em casa esgotado e desejando um longo banho quente. Selma havia deixado uma lasanha aquecendo no forno, enquanto separava feijões para o almoço do dia seguinte, pois seu marido almoçaria em casa, coisa que raramente acontecia. Enquanto passava os feijões bonitos para um lado, separando-os dos estragados, tentava mentalmente calcular os gastos do mês anterior com o supermercado. Não conseguindo fechar a conta, recorreu ao celular de Jorge, que estava sobre a mesa da cozinha junto com a sua pasta de trabalho, para acessar a calculadora. Ao abrir o aparelho, não pôde deixar de notar o recebimento de uma nova mensagem e, num minuto de impulso e curiosidade, decidiu ler o conteúdo: “Adorei o almoço! Beijos e mais beijos, Aninha”.

Com as mãos trêmulas, Selma sentou-se num banquinho próximo e viu a sua vida passar em flashes por seus olhos: o namoro com Jorge, o lindo casamento, o nascimento de seus filhos, o companheirismo nos momentos difíceis... e, inclusive, os planos ainda não concretizados que estavam guardados para quando Jorge finalmente estivesse aposentado. Tudo veio à sua mente numa velocidade incrível e Selma não conseguiu conter as gordas lágrimas que brotavam de seus olhos. Escutou, então, o chuveiro ser desligado e, muito rapidamente, secou o rosto com o avental. Retomou seus afazeres como se nada tivesse acontecido, pois não poderia demonstrar sua intranqüilidade enquanto não tivesse decido o que fazer com a informação bombástica.

Foi com o raiar, quase primaveril, do dia seguinte que uma nova Selma levantou-se para preparar o café. Selma, esta, que decidira lutar pelos seus 29 anos de casada. Não seria uma Aninha, com seus 20, 30 ou 40 anos, que destruiria a sua vida e os seus projetos familiares. Rapidamente pensou em um plano de ação, que colocaria em prática algumas horas mais tarde.

Selma gastou a manhã com telefonemas: ligou para o seu salão de beleza e marcou hora para fazer a mão, cortar e pintar os cabelos e (por que não?) receber uma massagem relaxante. Encomendou de uma floricultura próxima, um boquê com 12 rosas vermelhas, pedindo que fossem entregues em sua casa, às 19h, sem cartão... e decidiu que não faria janta naquela noite: encomendou uma pizza e abriu uma garrafa de vinho chileno, empoeirada e esquecida há muitos meses num canto do armário. A partir daquela noite Selma não seria mais a mesma mulher, seria a nova e recém construída “Selminha”, uma mulher vaidosa e interessante que, de acordo com o seu plano, estaria tendo um (fictício) caso extra-conjugal.

Neste mesmo dia Jorge chegou em casa distraído, como de costume, e quase enfartou quando encontrou sua mulher muito bem vestida, com cabelos sedosos, unhas pintadas de vermelho e salto-alto. Selma estava sentada no sofá com as pernas cruzadas, bebendo um cálice de vinho. Havia rosas vermelhas sobre a mesa de jantar e a cena toda pareceu muito sensual; Jorge pensou que estivesse sonhando.

Segundos mais tarde, apesar de estar sem palavras, ele sentiu-se diferente; parecia que havia inalado um cheiro conhecido, cheiro gostoso de pãozinho da infância, feito à mão por sua falecida mãe. Foi tomado por uma sensação acalentadora, como se o tempo nunca tivesse passado; era como se eles ainda fossem um jovem casal de namorados, que sonhava com o casamento, com os filhos e com a casa que tentariam, com todo o esforço, construir juntos.

Jorge, encantado, convidou Selma (ou Selminha!) para jantar fora. Seu banho, nesta noite, foi rápido e ágil; queria logo estar pronto para aproveitar a noite com a sua (nova) mulher. Jantaram fora nesta e em muitas e muitas outras noites. Selma sentia-se muito atraente e sedutora, afinal, estava ganhando a guerra contra Aninha, a tal moça de 20, 30 ou 40 anos. Selma empolgava-se, Jorge empolgava-se; Virou uma disputa sadia em que um tentava surpreender o outro com convites inusitados, com novas receitas, com filmes românticos tirados na locadora, ou apenas com suspiros enquanto observavam o pôr-do-sol.

Foi então que Jorge decidiu: Dariam uma festa em comemoração aos seus 30 anos de casados, onde renovariam os seus votos matrimoniais. E a festa realmente aconteceu! Os filhos vieram do exterior para o evento, e os parentes e amigos mais próximos, admirados, não sabiam explicar o que havia acontecido com o casal, pois estavam mais felizes e joviais do que nunca. Após a festa, Selma também tomou uma importante decisão: faria com que o tempo para a aposentadoria de seu marido passasse rápido, e para tal, levaria adiante a proposta de não deixar a vida esfriar! Nunca mais...

Desde então, não há um dia em que Jorge não agradeça o “milagre” que aconteceu em suas vidas; não há um dia em que Selma não pense em Aninha e no favor que prestou ao seu casamento e a sua família... E Aninha... Bem, não há um dia em que Aninha não pense no que poderia ter feito de errado naquele almoço com Ricardinho, pois, após mandar a mensagem carinhosa para o telefone dele, anotado às pressas no guardanapo de papel, nunca recebeu resposta.

15 de ago. de 2009

Aniversariar


Sim, é hoje... sim, sou Leonina (seja lá o que isto significa!)... sim, estou mais velha... e isto merece celebração!

Você já parou para pensar no que realmente significa aniversariar? Pois, eu, pelo meno uma vez ao ano, me ponho a refletir sobre o tema, tentando encontrar o real significado do nosso envelhecimento (ou amadurecimento).

Eu ADORO a passagem do tempo e as marcas dos registros deixadas em nós, inclusive fisicamente. Adoro perceber que as minhas respostas do ano passado já não servem para os questionamentos atuais; Adoro perceber que mudei (para pior ou para melhor, tanto faz!); Adoro sair das crises velhas e enfrentar os novos desafios; Adoro pensar que não sou a mesma de ontem e que não serei a mesma pessoa amanhã; Adoro perceber que mudei as minhas opiniões; Adoro não me reconhecer e ter que me reapresentar... enfim, adoro aniversariar!

O aniversário é o marco da passagem do tempo em nossas vidas; É a ritualização das mudanças... A demarcação dos sucessos e, claro, dos fracassos... o que seria de nós sem as nossas conquistas e os nosso reflexivos erros?!

Aniversariar, para mim, significa poder mudar... significa mais um ano inteirinho a minha disposição para as mais diversas ousadias... significa que posso reparar os erros passados e, talvez, incorrer em novos equívicos... significa que ainda tenho uma caminhada... com tropeços... e com novas paisagens!

Fico grata por perceber que estou num processo constante de mudança, que a música toca e que há uma coreografia... bonita ou desajeitada, mas há movimento!

PARABÉNS A NÓS!
PARABÉNS À VIDA!
PARABÉNS ÀS MUDANÇAS...
NESTA DATA QUERIDA...
SEMPRE...
E PARA SEMPRE!!

Carla

12 de ago. de 2009

Pai e Mãe: seres de outro planeta?!


Não compreendo como, numa época em que as livrarias estão abarrotadas de livros que ensinam como dar limites aos filhos, como dizer não, como fazê-los dormir em seus berços, como tirar a fralda, como retomar a vida conjugal após o nascimento dos filhos, como não se sentir culpado com a falta de tempo para a família, entre centenas de milhares de títulos, os pais nunca estiveram tão perdidos e confusos.

Sei que a globalização, a violência, a lei do divórcio e diversos outros fatores acabaram por influenciar a reorganização das famílias. Ok, mas isto era esperado. Basta lermos qualquer livro de história para compreendermos que as reestruturações são cíclicas e que sempre nos atrapalhamos um pouquinho com as mudanças e readaptações. Mas isto tudo não explica a paralisia em que se encontram os pais pós-modernos. Eles simplesmente são sabem para onde correr...

Ainda não sou mãe, nem sou suficientemente louca para atirar pedra na cruz... mas acho isso tudo um absurdo. Penso que, como ocorre em todos os setores, busca-se a terceirização. Hoje em dia não precisamos dominar tudo de tudo, podemos ser super especialistas em uma área e pagar para que alguém compreenda ou faça por nós aquilo que não queremos ou sabemos fazer. E isto ocorre também no setor parental.

Pais de todo o mundo, principalmente os brasileiros, esqueceram-se de sua responsabilidade maior sobre seus filhos: educá-los. Por educação devemos compreender o conjunto de valores e ferramentas necessários para a sobrevivência física, psicológica e social dos filhos, num mundo tão complexo como o de hoje. Os filhos, atualmente, saem como pintinhos, bicando todo o tipo de terreno, em busca de grãos que os nutram para uma vida mais sadia. Aqueles que têm sorte sobrevivem sadios, encontrando bons parâmetros que servem de modelos para a vida adulta. Os menos afortunados, talvez a grande maioria, bem... você deve imaginar... estão por aí tropeçando no desconhecimento, na imoralidade e na falta dos valores que lhes foram negados. Isto tudo, porém, não tem ligação com classe sócio-econômica... parentalidade não se compra, desenvolve-se.

Simplificadamente, acredito que falta o bom senso... Bom senso, este, que norteou por anos e anos a nossa conduta. Nem tudo precisa vir com manual ou com um protocolo que embase nossa ações, podemos arriscar, criar e agir utilizando nossas vivências e nossa concepção de certo/errado. Pais e mães, arrisquem-se mais! Atuem! Envolvam-se com os seus filhos e tentem compreender as suas necessidades... Certamente é mais nobre errar agindo do que se omitir e negligenciar seus filhos.

8 de ago. de 2009

A MATEMÁTICA DO AMOR


Em matéria de relacionamento, 1+1=3. Pelo menos nos meus cálculos!

Antes de ser vista como uma psicóloga burra, explico-me: o produto do relacionamento não é apenas a soma simples das partes. Como todos já sabem, o todo pode ser bem maior do que o somatório de seus pedaços... aliás, deve ser bem maior. Precisa ser bem maior, caso contrário, não me parece haver razão para as partes serem lincadas. O que se ganharia de uma relação assim? A simples junção de duas pessoas? Para quê? Cadê o lucro?

Conheço todo o tipo de casais:

Casais 1 + 1 = 3 – Tendem a ser pessoas interessantíssimas, que preservam a sua individualidade, mas que investem na construção do “nós”. Pessoas independentes uma da outra que estão juntas para somar... e para ter lucro! Esforçam-se sempre para manter o seu negócio (relacionamento) atrativo e competitivo (rentável).

Casais 1 + 1 = 2 – São casais em que as pessoas são tão individualistas que acabam administrando suas vidas sem que haja uma intersecção entre as partes. Vive-se junto por acomodação e todo o produto deste tipo de relação é de usufruto individual. Neste relacionamento uma parte não é capaz de influenciar a outra... andam em caminhos paralelos que não se cruzarão jamais.

Casais 1 + 1 = 1 – Tão comuns atualmente, apesar da pós-modernidade! Um esconde-se atrás do outro ou submete-se a uma relação onde só há espaço para que uma das partes brilhe. Talvez venha daí o termo “Um grande homem tem por trás uma grande mulher”... por quê é que ela tem que estar atrás? Por quê não pode estar ao lado? É uma relação de dependência sim, mútua, mas não há equilíbrio de poder neste tipo de encaixe. É como se andassem de gangorra: um estará por cima e o outro por baixo.

E, finalmente, Casais 1 + 1 = 0 – Não precisa ler de novo, a conta está certa e o sinal também! Há, infelizmente, casais que se anulam mutuamente. Muitas vezes não se dão conta da implosão que estão prestes a causar e tendem a achar muito profunda a sua relação, na qual não há espaço para nada além do casal... não há amigos, não há programas separados, há ciúme excessivo, controle mútuo e despersonalização de ambos. Este tipo relacionamento é auto-imune, pois é um relacionamento extremamente fechado ao meio externo, que não propicia o crescimento e a reciclagem nem da relação, nem das partes.

Chocado?! Mãos à obra! Pegue a sua calculadora afetiva e tente compreender se as suas atitudes dentro do relacionamento são lucrativas ou se você, há muito tempo, é um grande inadimplente que sonha (e credita!!) que magicamente suas dívidas relacionais serão sanadas sem esforço ou comprometimento. (texto de Carla)

4 de ago. de 2009

INDIVIDUALISMO X EGOÍSMO

Cansei de ser vista como egoísta (Somente pela minha família, ok? As outras pessoas me acham uma "fofa"!!), quando, na verdade, sou individualista...

Sou generosa, protetora dos meus afetos, sentimental e disponível para os outros... mas penso em mim antes de ter todas estas louváveis atitudes!!! Logo, sou, SIM , individualista!

Sou individualista quando preocupo-me com o meu bem-estar, quando verifico se meu leite desnatado (do qual sou a única consumidora na minha casa!) já está no final, quando tento convencer meus amigos a jantarmos no meu boteco preferido (porque realmente é o melhor!) e quando induzo meu marido a ver aquele filmaço romântico, justificando que a amiga da prima da minha manicure garantiu que é cheio de cenas de ação e morte...

...mas sou do bem!!! E sou capaz de dar tudo o que tenho para ver meus queridos felizes e satisfeitos!! (e quem me conhece sabe que é a mais pura verdade!!)

Então, qual é o grande problema de sermos individualistas? Será que é errado cuidarmos de nossa integridade para, então, cuidarmos do outro? Será que não devo colocar primeiro a minha máscara de oxigênio, para então, saudável e consciente, auxiliar a senhora ao meu lado?

Adoro todas as histórias bíblicas, mas penso que não sabemos interpretá-las. Por quê, meu Deus (literalmente!), devo oferecer a outra face ao ser esbofeteada? Por quê devo privar-me de minhas conquistas materiais e postergar o usufruto para a outra vida (se é que existe!)? Por quê devo perdoar incondicionalmente? E, honestamente, qual a vantagem deste tipo de comportamento?

Quero ser feliz e contribuir para a felicidade alheia... e, para tal, preciso sobreviver emocionalmente e fisicamente ao caos mundano. Preciso zelar por mim e me querer bem... e não compreendo como este tipo de atitude pode ser interpretado como algo nocivo...

Sou uma pessoa legal, tento (entre as curvas gráficas da minha TPM) fazer o bem e tenho um coração enorme... tão enorme que eu própria possuo um espaço vip dentro dele! (texto de Carla)