11 de set. de 2009

Quanto custa o seu amor?


Não acredito em altruísmo!!!

Sou otimista, acredito na bondade, na generosidade e no amor ao próximo... mas tudo tem um preço e, como muito me repetiu meu (excessivamente sensato) pai, "não existe almoço grátis".

Todas as coisas têm um preço (ou um custo, para ser mais exata). O valor pode ser concreto, em cifras, ou pode implicar em uma quantia subjetiva, e é examanete aí que mora o perigo... não há etiqueta ou código de barras que possam nos avisar que estamos nos responsabilizando pelo pagamento de tal valor. Deste modo, muitas vezes "contraímos dívidas" emocionais sem termos ideia da responsabilidade e do custo final do produto.

O fato de "agregarmos" um custo às nossas atitudes não as desvaloriza... ajudar os amigos, ser generoso, fazer bem aos demais e preocupar-se com o bem estar alheio são atitudes louváveis e válidas... o grande problema está em não entendermos que, quando genuinamente oferecemos o nosso ombro amigo, automaticamente estamos esperando que algo nos seja dado em troca... como um super Master Card que emite a fatura no instante da compra, notificando que, um segundo depois, já existe uma dívida.

Que a nossa iluminada Madre Tereza de Calcutá me perdoe (espiritualmente, claro!), mas não há ação sem expectativa da reação... mesmo que terceirizemos a ação do outro e esperemos, post mortem, aquele terreninho singelo, no céu, com vista para as nuvens. O que quero dizer é que já se tornou bíblica a questão de esperarmos uma retribuição... como era mesmo aquilo que ouvíamos das freiras na escola? Parece-me que diziam que se nos compotássemos bem e fôssemos bacanas com os amiguinhos ficaríamos com créditos no paraíso?!

Voltando a minha preocupação pessoal, até hoje não sei quanto cobro pelas minhas atitudes... e isto preocupa-me demais. Volta-e-meia decepciono-me ao esperar das pessoas queridas um retorno pelas minhas ações. Ainda não sou tão maluca ou psicopata, portanto, não espero banda marchando ou fogos-de-artifício... na verdade, nem sei exatamente o que espero... pode ser que eu espere dos outros as mesmas atitudes que eu teria; e isto é de uma injustiça tão grande que beira a crueldade. Mea culpa, mea culpa!!!

Fala sério!!!

Em primeiro lugar, quem disse que as minhas atitudes são as mais legais ou louváveis?
Em segundo lugar, quem disse que as pessoas têm para me dar exatamente aquilo de que eu preciso?
Em terceiro lugar, se as pessoas tiverem aquilo de que preciso para me dar, será que elas sabem que, naquele exato momento, estou precisando? Como poderiam saber?! Eu comuniquei as minhas necessidades ou enviei sinais telepáticos criptografados que, infelizmente, não estão podendo ser decodificados?!

Relacionamento interpessoal é coisa complexa e delicada e, quanto mais os compreendemos, menos os entendemos... loucura, né?! Mas precisamos ser honestos, precisamos jogar limpo (inclusive, e principalmente, conosco) e precisamos deixar de exigir de nós mesmos e dos outros um comportamento sobre-humano...

Vamos colocar preços nas etiquetas, vamos começar a dizer abertamente o que esperamos dos outros e, vez ou outra, quem sabe podemos fazer uma liquidação?!

(Carla B.)

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